TSUNAMIS?
tsunamis ou “marés da morte”?

Grandes marés de terremoto: este é o significado da palavra tsunamis em japonês. “São ondas enormes, com mais de 30 metros de altura, causadas por perturbações nas profundezas do mar, como abalos sísmicos (maremotos), erupções vulcânicas ou até mesmo deslizamentos no fundo oceânico”, afirma o físico Edmo José Dias Campos, do Instituto Oceanográfico da USP.
Os tremores provocados por fenômenos geológicos como esses fazem com que uma série de ondulações se propague por grandes distâncias na superfície do oceano. Essas ondas são inicialmente bastante longas e baixas, não mais que 0,3 a 0,6 metro.
A tripulação de um barco que passar sobre elas é capaz de nem percebê-las – e sua energia pode diminuir até desaparecer, ao percorrerem milhares de quilômetros. O problema ocorre quando elas se aproximam da costa, onde a profundidade diminui e surge atrito com o fundo do oceano.
O resultado é que passam a ser comprimidas por um espaço cada vez menor, o que as obriga a subir. Aí então, as tsunamis formam uma coluna, sugando o mar da costa a ponto de deixar parte do chão do oceano descoberto. Esse é o último aviso. Minutos depois, elas aparecem.
Para se ter uma idéia, uma das piores marés do gênero, ocorrida em 1703, na ilha japonesa de Awa, matou mais de 100 000 pessoas.
TSUNAMIS?
O tsunami é uma onda gigante gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira. A palavra vem do japonês "tsu" (porto, ancoradouro) e "nami" (onda, mar);
Quais são as causas
Terremotos e erupções subaquáticas, assim como meteoritos, podem provocar as ondas gigantes;
TSUNAMIS?
Tsunami, significa onda gigante em japonês. Os tsunamis são um tipo especial de onda oceânica, gerada por distúrbios sísmicos. São ondas gigantescas com alto poder destrutivo quando chegam na região costeira. Causadas por terremoto, deslizamento de terras, vulcão submarino em atividade ou até mesmo pela explosão de uma bomba atômica na superfície do mar.
Normalmente possuem um comprimento de onda que varia de 130 a 160 quilômetros podendo atingir até 1.000 quilômetros, período de 15 minutos até 2 horas e se deslocam em velocidades maiores que 360 nós (650 Km/h), alcançando até 480 nós (890 Km/h). Em águas profundas, sua altura não atinge mais que 1 metro, não sendo portanto percebidas devido ao seu grande comprimento. Como qualquer onda, quando entram em águas rasas têm sua velocidade e comprimento reduzidos e altura aumentada, podendo alcançar dezenas de metros.
Aos Tsunamis são atribuídos diversos marcos históricos como:
As extinções do Quaternário, quando 70% das espécies de grandes mamíferos tornaram-se extintas: mamutes, tigres de dente de sabre, ursos da caverna, preguiças gigantes etc.. E o homem de cro-magnon e o homo erectus.
Diversos estudiosos atribuem aos Tsunamis, a extinção de Atlântida, o continente perdido. Diz a lenda, contada por Platão e outros, que os Atlantes eram um povo altamente desenvolvido, que dominavam diversas tecnologias. Atlântida foi engolida pelo mar ao jogarem uma Bomba de H dentro do vulcão Krakatoa, que explodiu com uma violência enorme, causando imenso tsunami que gatilhou o fim da Idade do Gelo.

Na foto acima, uma tsunami varreu o centro de Hilo, Hawaii, em 1º de abril de 1946. As pessoas tiveram que buscar um terreno alto para se livrarem da terrível onda.
A foto abaixo foi tirada quando uma tsunami rompeu a muralha do cais, também em 1º de abril de 1946, em Hilo, Hawaii. A pessoa que está na foto, foi uma das 173 vítimas dessa catástrofe.

Um estudo realizado por cientistas americanos e britânicos que prevê que a onda gigante, ou tsunami, surgiria a partir de uma erupção vulcânica no arquipélago das Canárias. O fenômeno, segundo eles, ainda não tem uma data prevista para acontecer. Mas já foi considerado preocupante.
De acordo com os cientistas Steven Ward, da Universidade da Califórnia, e Simon Day, da Universidade de Londres, a intensa atividade do vulcão Cumbre Vieja, nas Canárias, provocaria o deslocamento de um pedaço da costa rochosa da ilha de La Palma. Ao mover-se, a gigantesca massa formaria a tsunami que, por sua vez, viajaria até cidades importantes às margens do Oceano Atlântico. Para os cientistas, a maior parte da energia da onda — equivalente a toda a energia elétrica gerada nos EUA num período de seis meses — deslocaria-se a uma velocidade de 800 quilômetros por hora rumo à costa dos EUA, passando antes pela Europa, África e América Latina. Depois da costa dos EUA e Caribe, a força da onda seria mais sentida no norte da Europa, principalmente no litoral inglês.
Os pesquisadores contaram com o auxílio de um computador para simular como a onda se formaria após a erupção vulcânica. No entanto, os cientistas salientaram que o Cumbre Vieja aparentemente não corre o risco de entrar em intensa atividade num futuro próximo. A última erupção do vulcão ocorreu em 1949. — Estamos analisando um fenômeno que pode estar a décadas ou a um século de distância. O que esperamos é poder ter tempo para atuar nesses locais, evitando ao máximo as catástrofes — explica o britânico Simon Day. O deslocamento da costa aconteceria porque a formação rochosa das Ilhas Canárias é historicamente instável. A pesquisa identificou ainda uma ligeira atividade no vulcão, que, segundo os estudiosos, pode entrar em erupção em intervalos inferiores a cem anos. A onda poderia atingir 900 metros de altura logo após sua formação e chegar ao litoral com 50 metros.
No Brasil, a região mais ameaçada seria o Norte, cujo litoral seria atingido por uma onda de mais de 40 metros de altura. A onda avançaria ainda até oito quilômetros terra adentro, destruindo tudo pela frente.
O modelo de computador previu que a região que mais sofrerá com a tsunami será a costa da Flórida, onde o maremoto poderá avançar quilômetros pelo continente. — O computador nos mostrou que o vulcão Cumbre Vieja precisa, portanto, ser constantemente monitorado — explicou Day.
Como a maioria das Ilhas Canárias, a origem de La Palma é vulcânica. A ilha tem o vulcão mais ativo do arquipélago, com erupções ocorridas nos últimos 500 anos. No século 20, houve duas erupções - em 1949 e 1971. Outras erupções aconteceram em 1470, 1585, 1646, 1677 e 1712.
Em maio do ano passado, o Instituto Oceanográfico Woods Hole, nos EUA, detectou uma falha geológica no Atlântico não muito longe do continente que, em caso de terremoto, ocasionaria ondas enormes. As causas da falha são desconhecidas. No entanto, acredita-se que ela também poderia acelerar a formação de uma tsunami.
Um exemplo bem documentado de tsunami ocorreu em 1883, originado devido a grandes erupções vulcânicas na ilha de Krakatau (antes chamada de Krakatoa), entre Java e Sumatra nas Índias Orientais. Este tsunami destruiu a cidade de Merak, levando um navio de guerra 2,5 quilômetros terra adentro e deixando-o a 10 metros do nível do mar. Mais de 36 mil pessoas morreram. O período desse tsunami foi de 2 horas e suas ondas (cerca de uma dezena), viajaram em velocidade variando de 650 a 850 Km/h, tendo atingido 30 metros de altura na linha da costa.
Na foto abaixo, veja a destruição que uma tsunami causou em Kodiak, Alaska, em 27 de Março de 1964. Esta tsunami causou a morte de 21 pessoas e prejuízos de 30 milhões de dólares.

Pequenas explosões no vulcão atenuariam a erupção?
Rosman - Não é bem assim, porque o que está para fora da água é uma pequena parte do todo. Grande parte do vulcão está embaixo d'água. É tão grande que não são pequenas explosões que vão causar qualquer mudança significativa. Seria apenas um pequeno arranhãozinho na superfície do problema. Essas pequenas explosões teriam um efeito insignificante.
E se fossem explosões mais profundas?
Rosman - Você tem uma grande pilha estável e ela está correndo risco de desmoronar: se você começa a explodir, de repente essa explosão faz com que você desencadeie o processo, a erupção.
A onda atingiria Camboriú, em Florianópolis, e o Rio de Janeiro?
Rosman - Grandes cataclimas na região das Canárias aconteceram por volta de 1750, quando Lisboa sofreu demais.
Coisas que acontecem lá no Atlântico Norte não podem afetar de forma significativa o litoral do Atlântico Sul, principalmente o litoral sudeste do Brasil, a não ser que acontecesse uma queda de meteoro, no meio do Atlântico Sul, aí sim, mas não com esse problema das Canárias. Existem tsunamis gerados por movimentos no fundo do mar, você nem vê.
Não é só a possibilidade de a montanha cair na água, o que está no fundo também pode chacoalhar e ser um causador de catástrofe maior do que está acima da superfície.
A onda chegaria em Belém?
Rosman - Para quem mora em Belém, a preocupação deve ser muito pequena. Aliás, a preocupação deve ser muito pequena para quem mora em qualquer lugar, porque a chance disso acontecer é mínima. Nós estamos no Brasil, e em mais de 500 anos de História e não há registro de catástrofes desse tipo. Não há por que ficar tão alarmado. A região de Belém não é a mais propensa a sofrer muitos danos, porque está dentro do delta do Amazonas, então há muitas barreiras e proteções internas até chegar lá.
Quem mora em Fortaleza pode ser surpreendido?
Rosman - A possibilidade de acontecer em Fortaleza é a mesma de acontecer em qualquer lugar da costa leste do Brasil. As ilhas Canárias estão longe: no Atlântico existem poucos pontos em que podem ser gerados tsunamis. Existe uma região próxima de Porto Rico que já gerou tsunami, e nem por isso atingiu a costa do Ceará. Um tsunami devastou a cidade de Lisboa em 1755: naquela altura já existiam povoações importantes no nordeste brasileiro, mas não temos notícias de que povoações tenham sido devastadas pela onda. É até muito possível que aconteça um evento nos próximos cem anos, e que os efeitos na costa norte e nordeste do Brasil sejam muito menores do que os efeitos na costa da África, da Europa e dos Estados Unidos.
Probabilidade remota de atingir o Brasil
Rosman - Não há razão para as pessoas ficarem com tanta angústia, porque a probabilidade de um evento desse acontecer é muito pequena. Segundo: ondas de tsunamis só atingem a costa e sobem no máximo a uma altura de 10 metros, ou coisa que o valha, depende da topografia da região. Numa cidade costeira, não é todo mundo que mora na beira da praia, quem estiver nas partes mais altas da cidade não corre qualquer risco. Aliás, nos principais lugares do mundo que são sujeitos a esse tipo de problema existem planos de ação para os tsunamis. Eles têm detectores, porque lá acontece toda hora, várias vezes numa década. Então eles têm planos e metas de detecção, planos de alerta, planos de ação, e o que população faz é simplesmente se mover dos locais costeiros baixos para regiões mais altas e pronto. O problema fica sério quando todo mundo é pego de surpresa.
Na costa do Brasil não há um plano de detecção de tsunamis. Por quê?
Rosman - Porque são eventos tão raros que não vale a pena ainda, ninguém pensou em fazer isso pela raridade do evento.
Há risco para quem mora em Natal?
Rosman - A cidade de Natal tem trechos muitos baixos e tem também trechos altos, trechos que estão acima de 10 metros de altura em relação ao nível do mar. Não há qualquer risco. A probabilidade de fazer uma viagem de Natal para São Paulo e sofrer um acidente é muito maior do que a probabilidade de sofrer um acidente por causa de um tsunami.
Caso venha a acontecer o fenômeno, o que deve ser feito?
Rosman - A única coisa que se pode fazer é ter um plano de ação previamente ensaiado, de conhecimento da população. Nós não temos isso no Brasil porque a incidência desse fenômeno é raríssima. No Alaska, Havaí e Japão ocorre freqüentemente, lá existem inúmeros programas de detecção avisos e medidas que a população tem que tomar. Ou seja, os instrumentos detectam o problema, são dados avisos e as pessoas têm um tempo para se mobilizar e sair. Mas não adianta apenas o aviso, porque se der o aviso gera pânico. A coisa só funciona se a população tiver um treino, um plano de ação, se souber para onde ir e como ir para se colocar em situação segura.
Se acontecesse uma catástrofe nas ilhas Canárias, quanto tempo teríamos para tomar providências no Brasil?
Rosman - O tempo seria de 5 a 10 horas. Teria que calcular as distâncias entre o ponto de ocorrência e as diferentes cidades. A velocidade com a qual a onda se propaga depende da profundidade do oceano. No oceano profundo, ela é muito mais rápida, na ordem de 600, 760 km/h, equivalente à velocidade de um aviso supersônico, de um Boeing. É perfeitamente possível calcular o tempo para onda chegar nesses locais. Seria coisa de muitas horas, no mínimo quatro a cinco horas. Se houvesse um sistema de detecção em tempo real, um sistema de alerta e um plano de evacuação, em quatro horas daria tempo para todo mundo sair. Se não houver um plano, quatro horas vai ser suficiente para fazer o maior engarrafamento na cidade, vai ficar todo mundo preso no engarrafamento.
TSUNAMIS?

Um tsunami (ou tsunâmi, do japonês significando literalmente onda de porto) é uma onda ou uma série delas que ocorrem após perturbações abruptas que deslocam verticalmente a coluna de água, como, por exemplo, um sismo, atividade vulcânica, abrupto deslocamento de terras ou gelo ou devido ao impacto de um meteorito dentro ou perto do mar. Há quem identifique o termo com "maremoto" - contudo, maremoto refere-se a um sismo no fundo do mar, semelhante a um sismo em terra firme e que pode, de facto originar um(a) tsunami.
A energia de um tsunami é função de sua amplitude e velocidade. Assim, à medida que a onda se aproxima de terra, a sua amplitude (a altura da onda) aumenta à medida que a sua velocidade diminui. Os tsunamis podem caracterizar-se por ondas de 30 metros de altura, causando grande destruição.
Nome
O termo "tsunami" vem do japonês significando tsu (porto) e nami (onda). O termo foi criado por pescadores que, vindo da pesca, encontraram o porto desvastado, ainda que não tenham visto nem observado a onda no alto mar. As expressões "ondas de maré" (tidal waves) ou raz de maré (do francês raz-de-maré) são de evitar por constituírem, respectivamente, um anglicismo e galicismo desnecessários e enganadores, dado que os tsunamis nada têm a ver com as marés.
Causas
Esquema de um Tsunami
Um tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa grande de água, tal como um sismo (movimento no interior da terra), um deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro. Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do mar sofre uma deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água. Os sismos tectónicos são um tipo particular de sismo que origina um deformação da crosta; sempre que os sismos ocorrem em regiões submarinas, a massa de água localizada sobre a zona deformada vai ser afastada da sua posição de equilíbrio. As ondas são o resultado da acção da gravidade sobre a perturbação da massa de água.
Os movimentos verticais da crosta são muito importantes nas fronteiras entre as placas litosféricas. Por exemplo, à volta do Oceano Pacífico existem vários locais onde placas oceânicas mais densas deslizam sob as placas continentais menos densas, num processo que se designa por subducção.
Estas zonas originam facilmente tsunamis.
Deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os grandes tremores de terra, bem como o colapso de edicífios vulcânicos podem, também, perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Uma explosão vulcânica submarina violenta pode, do mesmo modo, levantar a coluna de água e gerar um tsunami. Grandes deslizamentos de terra e impactos de corpos cósmicos podem perturbar o equilíbrio do oceano, com transferência de momento destes para o mar.
Os tsunamis gerados por estes mecanismos dissipam-se mais rapidamente que os anteriores, podendo afectar de forma menos significativa a costa distante.
Características
Os Tsunamis têm um comportamento muito diferente das típicas ondas de surf; propagam-se a altas velocidades e podem percorrer distâncias transoceânicas sem grande perda de energia. Uma tsunami pode causar estragos a milhares de quilómetros de distância da sua origem, podendo passar muitas horas entre a sua criação e o seu impacto na costa, chegando bastante depois da onda sísmica que a originou.
Tipicamente, cerca de dez minutos antes de um tsunami, o mar recua da costa, expondo parte do leito marinho. Se a inclinação for rasa, este recuo pode exceder 800 m. As pessoas inconscientes do perigo podem permanecer na costa, devido à curiosidade, mas este pode ser um sinal de advertência da vinda de um tsunami. Pode haver diversas ondas, com intervalos entre dois e quarenta e cinco minutos.
Estas características ocorrem porque as tsunamis possuem períodos extremamente longos e também grandes comprimentos de onda. Enquanto que as típicas ondas provocadas pelo vento, que podemos observar numa praia onde se pratica surf - geradas, por exemplo, por uma tempestade longínqua - sucedem-se de forma ritmada com um período de 10 segundos e comprimento de onda de 150 metros, as tsunamis podem ter períodos da ordem de uma hora ou mais, e comprimentos de onda que podem exceder os 100 km.
Uma onda tem tendência a esbater-se em ondas de água rasa quando a relação entre a profundidade da água e o seu comprimento de onda se torna muito pequena (isto é, quando a profundidade é bastante menor que o comprimento de onda). Como as tsunamis têm um grande comprimento de onda, vão-se comportar como ondas de água rasa mesmo no mar alto. As ondas de água rasa movem-se a uma velocidade que pode ser calculada pela raiz quadrada do produto da aceleração da gravidade (9.8 m/s^2) pela profunidade da água. Por exemplo, no Oceano Pacífico, onde a profundidade da água ronda os 4000 m, um tsunami viajará a 200 m/s (cerca de 712 km/hora) com uma perda mínima de energia, mesmo em grandes distâncias. Com uma profundidade de 40 metros, a velocidade poderá atingir os 20 m/s (cerca de 71 km/hora), o que é, efectivamente, muito mais lento mas, ainda assim, suficientemente rápido para se fugir a tempo.
No mar alto as ondas dos tsunami não são praticamente detectáveis: a sua altura não excede alguns metros e é muitas vezes inferior a 1 metro. Viajam a velocidades de avião a jacto pelo oceano e descem depois para velocidades de auto-estrada ao aproximarem-se da costa. E é só quando se aproximam da costa que elas crescem a alturas terrificantes - geralmente de 5 a 20 metros. (No tsunami mais destruidor que se conhece, que foi gerado pela explosão vulcânica do Krakatoa, em 1883, e viajou através do Pacífico a cerca de 500 Km/h, as ondas chegaram a ter 40 metros de altura!)
Por vezes, as ondas ao chegarem à costa causam apenas uma repentina e enorme inundação, do tipo das que são causadas pelas marés.
É quando o perfil da costa causa uma refracção, que concentra a energia das ondas, que se formam ondas altíssimas, como se fossem uma perigosa e alta parede de água que avança para a costa. O primeiro sinal que anuncia a sua chegada à costa é a formação ao longe de uma onda mais elevada do que é usual, acompanhada muitas vezes por um som de trovão e depois por um som como o de um helicóptero que estivesse muito perto. Passados alguns minutos, o primeiro grande vale chega e os sons vão desaparecendo. A água é sugada da praia como se tivesse começado bruscamente uma fortíssima maré baixa. A praia fica cheia de peixes e com as rochas do fundo à vista. Depois de alguns minutos de silêncio, chega a primeira onda à praia, acompanhada muitas vezes por um silvo parecido com o de um avião a jacto que voasse baixo.
E seguem-se sempre mais ondas, separadas entre si por intervalos que podem ir de 15 minutos a várias horas. Normalmente, as terceiras ou quartas são as mais altas e destruidoras.
História
Embora os tsunamis ocorram mais freqüentemente no Oceano Pacífico, podem ocorrer em qualquer lugar. Existem muitas descrições antigas de ondas repentinas e catastróficas, particularmente e em torno no Mar Mediterrâneo. Os milhares de portugueses que sobreviveram ao grande terremoto de Lisboa de 1755 foram mortos por um tsunami que se seguiu poucos minutos depois. Antes da grande onda atingir, as águas do porto retrocederam, revelando carregamentos perdidos e naufrágios abandonados. No Atlântico Norte, o Storegga Slidetem a maior incidência.
Santorini
Estima-se que terá sido entre 1650 e 1600 a.C. que ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou à formação de um tsunami cuja altura máxima terá oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de Creta foi devastada até 70km da mesma. Esta onda terá certamente eliminado a grande maioria da população minóica que habitava ao longo da zona norte da ilha.
A explosão do Krakatoa
A ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, explodiu com fúria devastadora em 1883. Várias ondas tsunami geraram-se a partir da explosão, algumas atingindo os 40 metros acima do nível do mar. Foram observadas ao longo do Oceano Índico e Pacífico, na costa ocidental dos Estados Unidos, América do Sul, e mesmo perto do Canal da Mancha. Nas costas das ilhas de Java e Sumatra, a inundação entrou vários quilômetros adentro, causando inúmeras vítimas, o que influenciou a desistência da população em reabitar a costa, e subsequente êxodo para a selva.
Actualmente, esta zona é designada por reserva natural Ujung Kulon. O vulcão se desintegrou totalmente por volta de 1971, e no mesmo local do Krakatoa surgiu o Anki Krakatoa, que cresce 5 metros por ano, hoje alcançando 800 metros de altura e frequentemente esta ativo. Suas ondas destruiram toda a vila que havia ali perto bem como o farol que orientava os navegantes, restando apenas sua base e ha 50 metros dali, um novo farol foi construído.
22 de Maio de 1960: o tsunami chileno
O grande terremoto do Chile, o mais intenso terremoto já registrado, ocorreu na costa sul-central do Chile, gerando um dos mais destrutivos tsunamis do século XX.
12 de Julho de 1993: Hokkaido
Um devastador tsunami ocorreu na costa da ilha de Hokkaido, no Japão em 12 de Julho de 1993, como resultado de um terremoto, resultando na morte de 202 pessoas na ilha de Okushiri e no desaparecimento de muitas mais.
Muitas cidades ao redor do oceano Pacífico, principalmente no Japão e Hawaii, possuem sistemas de alerta e evacuação em caso da ocorrência de tsunamis. Os tsunamis de origem vulcânica ou tectónica podem ser previstos pelos institutos sismológicos e o seu avanço pode ser monitorizado por satélites.
26 de Dezembro 2004: tsunami do Oceano Índico
O Terramoto do Índico de 2004 disparou uma seqüência de tsunamis fatais em 26 de Dezembro de 2004, com vítimas fatais relatadas em mais de 285.000.
Animação exemplificativa do Tsunami do Índico, em 2004.
Outros tsunamis que ficaram na história

Outros tsunamis ocorridos incluem os seguintes:
Um dos piores desastres com tsunamis arrasaram vilas inteiras ao longo de Sanriku, Japão, em 1896. Uma onda com uma altura de mais de sete andares afogou 26000 pessoas. Mais de 30000 pessoas morreram em Java durante um tsunami causado por uma erupção vulcânica em 1883.
Ameaças Futuras
Animação de um tsunamiEm 2001, cientistas previram que uma futura erupção do instável vulcão Cumbre Vieja em La Palma (uma ilha das Ilhas Canárias) poderia causar um supergigante deslizamento de terra para dentro do mar.
Nesse potencial deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500 bilhões de toneladas) iria catastroficamente deslizar para dentro do oceano. Esse deslizamento causaria uma megatsunami de 100m que devastaria a costa da África noroeste, com uma tsunami de 30m a 50m alcançando a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando devastação costeira em massa e a morte de prováveis milhões de pessoas.
Animação de um tsunami
TSUNAMIS?
A palavra ''tsunami'' quer dizer, em japonês, ''onda do porto'' (''tsu'' - porto, ancoradouro, e ''nami'' - onda, mar). Trata-se não de uma única onda, mas de uma série de um tipo especial de ondas oceânicas, de proporções gigantescas, geradas por distúrbios sísmicos, em geral terremotos submarinos, e que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira
Um terremoto no fundo do oceano. Não seria exagero dizer que ele é o ponto de partida para um fenômeno natural ainda mais assustador: um tsunami ou maremoto, nomes pelas quais são conhecidas as séries de ondas gigantescas que invadem áreas costeiras quilômetros adentro causando terror, mortes e destruição.
As ondas comuns são causadas pela transferência de energia dos ventos para a água. O tamanho dessas ondas dependem da força do vento que as cria e da distância sobre a qual ele sopra. Um tsunami é uma onda peculiar, associada ao deslocamento de algo sólido, como placas tectônicas, erupções subaquáticas ou a queda de um meteoro. A taxa de transferência de energia do vento é pequena em comparação à de um terremoto. Quando o fundo do oceano se desloca, a água acompanha o movimento. As ondas de um tsunami costumam ser desencadeadas por terremotos ocorridos nas chamadas falhas propulsoras, em que a direção do deslocamento empurra o fundo do mar e água para cima.
Quando o tremor é embaixo da água, ele gera uma onda que vai se propagando. Perto do epicentro, o deslocamento da água pode não ser muito claro por causa da profundidade. Quando a tsunami entra na linha costeira, mais rasa, sua velocidade diminui, mas a altura aumenta. À medida que se aproxima da terra, com a diminuição da profundidade do mar, a onda se agiganta. Um tsunami de alguns centímetros ou metros de altura pode atingir de 30 a 50 metros de altura na costa, com força devastadora.
Mas o problema não é tanto a altura, mas o comprimento mar adentro. Em média, uma onda normal que chega à praia de Ipanema, por exemplo, tem de 50 a 100 metros de comprimento. Um tsunami é muito mais comprido, tem quilômetros. Uma onda de seis metros de altura com dois quilômetros de comprimento não pára na praia, ela segue terra adentro. E elas podem viajar pelo oceano com velocidades de mais de 800 quilômetros por hora.
É no oceano Pacîfico que existe maior incidência desses desastres naturais por ser uma área cercada de atividades vulcânicas e de freqüentes abalos sísmicos. Como os oceanos Índico e Atlântico são menos ativos geologicamente, é raro o registro de tsunami em suas águas. Mas foi no Índico que formou-se o maremoto que está sendo considerado sem precedentes.
Várias pessoas contaram que antes de a onda estourar na madrugada do dia 26, no sudeste da Ásia, houve uma retração enorme do mar. De acordo com Paulo Cesar Rosman, professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, isso também ocorre numa onda comum, mas a retração do mar é de, em média, 20 metros. E dura de seis a 12 segundos apenas. Numa tsunami, devido à sua enorme extensão, a retração pode ser de dois quilômetros, ou seja, a água da praia some. E isso pode durar de 15 a 20 minutos. As pessoas costumam achar o fenômeno fantástico, vão lá olhar, e quando vêem o paredão vindo em sua direção, é tarde demais.
Como se forma um tsunami

1. Abalo sísmico submarino
Assim como ocorre nos continentes, o choque de duas placas tectônicas também causa terremotos submarinos. Em alguns casos, erupções vulcânicas ocorridas debaixo dos oceanos podem provocar um tsunami de proporções menores.
2. Grande marola
A ruptura causada pelo tremor no leito do mar empurra a água para cima e forma uma onda submarina, que é o ponto de partida de um tsunami. Quando é gerada, a onda tem apenas alguns pés de altura e pode até passar despercebida sob um barco. Dependendo da distância que percorre, ela ultrapassa os 800 quilômetros por hora. Por isso, em um único dia um tsunami consegue atravessar um oceano inteiro até atingir uma zona costeira.
3. Colisão com fundo raso
Já nas proximidades do litoral, quando alcança águas mais rasas, a velocidade do tsunami diminui, mas uma seqüência de ondas de até 30 metros de altura (cerca de 100 pés) e muitos quilômetros de extensão se forma.
4. Onda gigante
As ondas então invadem o continente e avançam por terra, destruindo tudo em seu caminho.