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Vida antes da presidência
Médici era neto de um combatente maragato, estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Formando-se oficial na Escola Militar de Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de João Goulart em 1961.
Em abril de 1964, na sequência da Revolução de 1964, era o Comandante da Academia Militar de Agulhas Negras. Posteriormente foi nomeado adido militar nos Estados Unidos e, em 1967 sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do SNI. Lá permaneceu por dois anos e apoiou com entusiasmo o AI-5. Em 1969, foi nomeado comandante do III Exército com sede em Porto Alegre.
Com a morte do presidente Costa e Silva assumiu o governo brasileiro uma junta militar por um mês no qual fez uma consulta a todos os generais do exército brasileiro que escolheram Médici como novo presidente da República.
Na presidência da República
Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Médici, apesar de dispor do AI-5, foi o único presidente militar que, dispondo dos atos intistucionais da Revolução de 1964, não cassou mandato de nenhum político.
O general Médici governou o país durante o regime militar, sendo o seu governo conhecido como os anos de chumbo da ditadura, devido à violentíssima repressão promovida contra opositores do regime militar de orientação comunista, mas também em seu governo houve um grande crescimento econômico que ficou conhecido como o Milagre brasileiro.
Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de propaganda associando patriotismo com apoio ao regime e ter feito o senador, ex participante da Coluna Prestes e ex-chefe de Polícia do Rio de Janeiro, (polícia política) durante o Estado Novo e da era Vargas, Filinto Müller presidente do Congresso Nacional e da Arena. Data da época deste governo a famosa campanha publicitária cujo slogan era: "Brasil, ame-o ou deixe-o".
Foi o período durante o qual o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro": crescimento econômico recorde, inflação baixa e projetos desenvolvimentistas como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói e grandes incentivos fiscais à indústria e à agricultura foram a tônica daquele período. Daí que os ministros mais famosos do governo Médici foram os da Fazenda, Delfim Netto e José Flávio Pécora e o dos Transportes, Mário Andreazza.
No seu governo concluiu-se o acordo com o Paraguai para construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, até hoje (2007) a hidrelétrica de maior potência instalada do mundo. Foi também executado o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, Perimetral Norte e da ponte Rio-Niterói.
No campo social, foi criado o Plano de Intergração Social (PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos serviços de saúde até então concedidos aos trabalhadores rurais. Foi feita uma grande campanha de alfabetização de adultos através do MOBRAL e uma campanha para melhoria das condições de vida na amazônia com a participação de jovens universitários chamado Projeto Rondon.2 Projeto, esse, que foi reativado em 19 de janeiro de 2005, durante o Governo Lula.3
No campo político, o governo Médici se destacou pela eliminação das guerrilhas comunistas rurais e urbanas apoiadas por Cuba e que visavam implantar um regime comunista no Brasil. O combate ao terrorismo ficou a cargo do ministro do Exército Orlando Geisel.
A euforia provocada pela conquista da Copa do Mundo de futebol (Médici dizia-se torcedor do Grêmio), em 1970 conviveu com a repressão velada ou explícita aos opositores do regime, notadamente os ativistas de orientação comunista.
Em 1972 foi comemorado o sesquicentenário da Independência do Brasil e trazido para São Paulo os restos mortais do Imperador D. Pedro I. Em 1973 passou a funcionar a televisão a cores no Brasil.
Ao se retirar da Presidência da República, abandonou a vida pública. Declarou-se contrário à anistia política assinada pelo presidente João Figueiredo (que havia sido chefe da Casa Militar durante seu governo).
Foi sucedido, em 15 de março de 1974, pelo general Ernesto Geisel.