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Violência no trânsito causa mortes no rio e sp
As duas maiores cidades brasileiras assistiram nas últimas 24 horas a cenas de selvageria no trânsito. No Rio, um pedestre foi agredido com barras de ferro por um motorista e está em coma num hospital. Em São Paulo, a ação foi ainda mais grave.
É o fim trágico de mais uma briga de trânsito. Alexandre Andrade Reyes, de 18 anos, saiu para ir a uma festa, apesar dos apelos da mãe.
“Minha mãe pediu pra ele ficar porque ela estava pressentindo algo de ruim. Aí ele chegou e falou pra minha mãe: ‘O que pode acontecer de ruim pra mim?’”, conta Maria Fernanda de Andrade Reyes, irmã de Alexandre.
Pouco depois da meia-noite, num carro junto com amigos, Alexandre passava pela Avenida Engenheiro Arruda Pereira, na Zona Sul de São Paulo, quando o carro da frente deu uma brecada forte por causa de uma lombada. Os veículos não chegaram a ser chocar, mas começou uma discussão entre os dois motoristas.
O homem do carro da frente sacou uma arma e atirou na direção do carro em que estava o estudante. O tiro atingiu Alexandre na nuca. Ele morreu a caminho do hospital.
O amigo de Alexandre perseguiu o motorista que atirou, mas perdeu o controle do veículo, bateu num poste e quebrou o nariz.
“Não precisava de nada disso. Não custava nada ele dar a passagem. Ele ia para o caminho dele, eu ia pro meu. Não precisava tirar a vida de uma pessoa, que estava no banco de trás”, critica Fernando Barson, amigo de Alexandre que dirigia o carro.
As testemunhas anotaram as letras e os dois primeiros números da placa do carro que o assassino dirigia - uma picape vermelha -, mas até agora ele não foi preso.
“A vida não vale nada. Meu filho de 18 anos, com a vida inteira pela frente está agora num caixão, lá em cima. E a nossa família vai fazer o que?”, lamenta o pai de Alexandre.
No Rio, motorista agride pedestre com barra de ferro
Era o fim de uma noite de lazer. O pai, dois filhos e um amigo dos adolescentes tinham acabado de sair de uma pizzaria, na zona norte do Rio. Eles estavam atravessando uma rua e quase foram atropelados por um carro que, segundo testemunhas, avançou o sinal vermelho.
No depoimento, na delegacia, os garotos contaram que o grupo reclamou da atitude do motorista. Disseram que o dono do carro ainda fez uma manobra para tentar atingir os quatro. E depois de uma discussão, o motorista usou uma barra de ferro para agredir brutalmente o pai dos meninos.
Foram os próprios adolescentes que pediram socorro. André Luís Lima, de 45 anos, foi atingido na cabeça e ficou desacordado na calçada. O agressor fugiu.
André sofreu afundamento do crânio, segundo os médicos, e passou por duas cirurgias complicadas. O estado de saúde ainda é gravíssimo
“As crianças estão totalmente traumatizadas, uma de 13 e outra de 14 anos, em verem o pai agonizando no chão”, contou Rodrigo Reuter Lima, irmão da vítima.
A polícia identificou o suspeito da agressão ainda de madrugada e divulgou a foto: Itamar Campos Paiva, de 45 anos, que está sendo procurado.
No mês passado, outro caso de extrema violência no trânsito do Rio. Depois de bater em um carro que estava parado por problemas mecânicos, Marcelo José da Silva Bayer agrediu o motorista. Ele foi indiciado por lesão corporal e responde ao processo em liberdade.
Segundo os investigadores, o homem que bateu em André já tem quatro passagens pela polícia, uma delas por agressão. Mas nunca foi condenado.
Para a psicanalista Mônica Nicola, nada justifica atos bárbaros como estes. “Não se trata de uma pessoa nervosa simplesmente. Uma pessoa irritada não pode chegar a um nível de agressividade como esse. Ela tem que ter um perfil realmente de sociopatia. Ela tem um distúrbio de conduta na verdade”.
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